Amor verdadeiro…
Aconteceu pouco a pouco tempo, depois de muito me aventurar, depois de muito esperar e de tantas vezes desistir, me apaixonei.
Ainda não consegui dizer a ele o quanto o amo. Vivo esse amor e essa descoberta, passo a passo, dia após dia. Talvez seja essa uma oportunidade genuína de tirar esse amor do peito e dividi-lo com vocês e, quem sabe, o mundo todo.
Ele gostaria de ter exatamente a altura que tem, mas acha que um pouquinho mais de massa não faria mal a seus, quase, oitenta quilos.
Atribui a poucas pessoas suas razões de fracasso ou sucesso e é grato por qualquer coisa boa que o ofereçam. Não maldiz quem o desagrada, reclama claro, mas segue em frente.
Disso decorre alguém que gosta, ou aprendeu e ainda aprende a duras penas, a caminhar sozinho. Poucas vezes se sente solitário, mas em outras tantas sente o peso desse caminhar. É, a meu ver, animal carente como um cão vadio que teima em ser solitário como uma pantera.
Só estuda e se aplica àquilo que o interessa e se espanta, como ouviu dias atrás, em levar a vida até hoje fazendo o que faz, mas o faz com amor, apesar de amar muita coisa que ainda não faz.
Sua seriedade não está vinculada diretamente a um rosto sisudo e circunspecto, mas sim a um sorriso largo, leal e franco como o de um menino.
Sua alma é por essência bem humorada, doce, gentil e profundamente positiva e apesar destes atributos procura tem uma visão realista sobre as coisas da vida e as pessoas que estão nela.
Acredita cada vez menos na exatidão do certos ou errados, esquerdas ou direitas, brancos ou pretos e zeros ou “ums”.
Acredita cada vez mais em seus motivos genuínos para seguir em frente apesar de levar muito tempo para fundamentar suas certezas e, com isso, prosseguir.
Gosta da discussão elevada e do debate. E se dispõe a fazê-lo por horas a fio. O raciocínio coerente o encanta e uma idéia bem amarrada, ainda que colidindo com suas convicções, suscita seu respeito e admiração podendo fazê-lo, até, mudar de idéia.
Desconfia das pessoas que são sempre as mesmas, previsíveis e aparentemente retilíneas no agir. Gente assim, boazinha e, por que não dizer, média, é perigosa.
Adora prazos, que constantemente atende em cima do laço.
Adora pautas, que procura sempre que possível, subverter de forma sutil como o caminhar de um mastodonte.
Adora ler de tudo, em todas as mídias e compra mais livros do que consegue digerir. Não tem a menor coerência em escolher títulos, autores e temas prediletos.
Adora biografias à la Fernando Morais, mas Noah Gordon e outros o encantam na mesma medida da filosofia de um Eduardo Gianetti ou um sentimental Kahled Rousseini ou ainda um louco Jack Kerouac.
Não desiste de Clarice Linspector que, quanto mais lê, menos entende, mas entende que ela é pra ser percebida assim mesmo.
Tem aprendido a não gostar tanto assim de programas da televisão mainstream. Mas ainda paga a transmissão de tv a cabo mensalmente e a qual assiste raramente.
Descobriu que Paixão é o nome de um dos grandes rios de sua existência. É largo, caudaloso e profundo em seu território, recoberto por uma camada de gelo da sua insegurança. Ele rio corre rápido, vigoroso tendo muita vida tanto em suas margens quanto nos seus recantos mais profundos e secretos espantando pelas curvas agudas e para a superfície que fica barrenta muito de quando em vez.
Pensa ser fotógrafo para descrever aquilo que vê e escreve para pintar aquilo que sente caminhando para apenas ser.
E é assim, louco, nascido sob o signo do amor, ascendente em religiosidade e com a lua em entrega. Ele é assim como diz, assim como fiz, assim como sempre te quis, André Luiz.